Não conheço nenhum país em que tenha sido tão intenso e longo o debate público àcerca da construção de infra-estruturas e tão estreita (!) a ligação entre a técnica e a política.
É absolutamente esmagador o investimento público previsto para a área metropolitana de Lisboa nos próximos 10 anos (aeroporto, nova ponte, auto-estradas, estações ferroviárias, etc.). Se lá vivem já cerca de 40% da população portuguesa, acho que lá devem viver 100% no futuro, porque o resto do país será paisagem… E atenção às deseconomias de escala e aos custos do congestionamento!
Talvez mais importante do que a escolha da localização do novo aeroporto será o esquema concreto que vier a ser adoptado para a sua concepção, construção, financiamento e exploração. E o impacto de tudo isso sobre o orçamento do Estado, os utentes e as empresas privadas resultará essencialmente dos termos do contracto de concessão que vier a ser negociado: perímetro do investimento, período de construção e custo global, duração da concessão, obrigações das diferentes partes, compensações por incumprimento ou motivos imprevistos. Noutras palavras, o busílis consiste em saber quem toma que riscos e a que preço… Alguns ensinamentos se podem colher de precedentes como as SCUT ou a Lusoponte.
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