Junto de um monte de livros estava um gato. Parecia saciado de sabedoria. Os livros eram espessos e de cores variadas. O gato ostentava um olhar displicente como se nada no mundo pudesse perturbar a sua calma suprema, a calma de quem domina as subtilezas do conhecimento. O gato era gordo e anafado, talvez do ócio de que precisam os sábios. Tinha uma pose de Estado, de fotografia para a posteridade. Entrou um rato e o gato não se mexeu. Entrou o dono com um prato de comida e o gato não se mexeu. No andar de cima caiu um móvel com grande estrondo e o gato permaneceu imóvel.
O gato era de palha.
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