Ségolène Royale e François Hollande vivem juntos há muito tempo e têm filhos em comum. Ségolène foi candidata socialista (derrotada) à Presidência da República de França. François tem sido Secretário-geral do PS e chegou a ser concorrente a candidato à Presidência, contra a sua própria companheira. Sempre me meteu grande confusão esta promiscuidade entre esposos e políticos com ambições antagónicas. Como se podia dizer cobras e lagartos das ideias do outro durante o dia e ir para a cama com ele à noite ? Enfim – pensava eu – talvez se trate de uma daquelas maravilhas cartesianas a que os Franceses nos habituaram, um monumento à emancipação das mulheres e dos homens, um exemplo de que a concorrência profissional pode não colidir com a vida sentimental e familiar. Chapeau !
François é cada vez mais contestado como leader dos socialistas por « elefantes » como Strauss-Kahn e Laurent Fabius e por « jovens leões » como Arnaud Montebourg. Ségolène tenta levantar-se do fracasso nas presidenciais. Participou activamente nas eleições legislativas que se concluiram ontem com um desaire do PS (apesar de menos retumbante do que se esperava, dada a avalanche do UMP de Sarkozy).
Hoje ouvi na rádio que Ségolène e François se separaram. No princípio, não percebi se o jornalista se referia, mais uma vez, à política ou à vida conjugal. Pensei : estão de novo em desacordo no seio do PS, mas lá em casa a coisa deve continuar bem como dantes. Et bien non ! Desta vez separaram-se mesmo : nada de viver sob o mesmo tecto ou dormir na mesma cama ou fazer de conta que assim seria. Finalmente, clareza na vida deles e na minha cabeça. Hélas !
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