sexta-feira, junho 15, 2007

A cotação do Benfica na Bolsa

O que acontece quando um produto tem um preço abaixo do seu valor real ? Naturalmente, torna-se atraente comprá-lo porque é elevada a probabilidade de o vender mais tarde a um preço superior. Assim se criarão mais-valias com relativa facilidade. Pois bem, foi apenas isto que guiou Joe Berardo ao propôr a compra a 3.50 euros das acções do Benfica. Essas acções estavam simplesmente sub-avaliadas. Esta é uma situação típica de imperfeição de mercado momentânea favorável aos chamados "take-over". Tudo o resto que se anda por aí a dizer é treta: "amor ao Benfica", "só para ajudar", etc, etc. O que é verdade é que o Benfica vale mais do que o que tem sido expresso pela cotação das suas acções. E a prova é que os investidores acordaram imediatamente e a cotação subiu hoje mais de 50%, excedendo mesmo o valor oferecido por Berardo.

O valor de uma empresa pode ser calculado de várias maneiras. A que melhor exprime a realidade (apesar de se basear em parâmetros previsionais, portanto, discutíveis e sujeitos a uma margem de erro significativa), é a do "discounted cashflow" ou "valor actualizado dos lucros futuros". Quer isto dizer que Joe Berardo (e o mercado, depois de ter saído da letargia, para não dizer também, os Benfiquistas que "têm estado de costas") consideram que o Glorioso vai gerar no futuro mais lucros do que aquilo que tem sido traduzido pelo preço baixo das acções. Ou seja: quem diz lucros, diz vitórias desportivas, porque essa é a mercadoria essencial que vende um clube profissional de futebol. A subida das acções quer, pois, dizer que os investidores crêem que o SLB vai ser campeão muitas vezes nos próximos anos e demonstram-no com o seu próprio dinheiro. Bem hajam e que tenham razão... para bem da própria carteira e do contentamento deste Benfiquista que o será sempre independentemente do valor do clube em Bolsa.

Viva o Benfica. Viva. Pim!

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