sábado, junho 23, 2007
Conselho da UE Bruxelas 21-22 Junho 2007
O Conselho Europeu que decorreu em Bruxelas esta semana cedeu ao nacionalismo e ao neo-liberalismo, essencialmente protagonizados pelo Reino Unido, para evitar um fiasco. Mas, na prática o que se conseguiu foi um meio fiasco. Bem sei que a União Europeia é feita de longas negociações e de espinhosos compromissos e que a renúncia à soberania nacional não se faz de ânimo leve. Mas, a União encontra-se num ponto em que deve optar entre (a) a continuidade (estagnação?) no âmbito do que se adquiriu e da consolidação dos alargamentos já efectuados e (b) o aprofundamento da sua natureza o que significa mais união política e, portanto, mais federalismo, nomeadamente, a nível de políticas social, externa e de defesa. Pode dizer-se, a justo título, que (b) é de certa maneira contraditório com os alargamentos. Essa seria uma das razões pelas quais alguns líderes, como Romano Prodi, ventilam a ideia de uma União a duas velocidades: um grupo preparado para andar mais depressa na via do federalismo e um outro grupo de países mais interessados na componente puramente económica da União. No segundo, incluir-se-iam países como a Holanda, o Reino Unido e a Polónia. Isso, porém, poderia gerar um efeito centrífugo irreversível, levando à divisão da actual UE em duas uniões: uma união económica para os "nacionalistas" e uma União política para os "federalistas".
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