terça-feira, maio 22, 2007
Estilos de vida
Um toiro encontrou uma formiga e perguntou-lhe como é que podia viver, sendo assim tão insignificante. A formiga fugiu a sete patas, com medo de tal enormidade. Refugiou-se num bocado de madeira inacessível ao dito cujo. Dali pôde então responder à besta, na plenitude da sua sabedoria. "Vivo cada minuto com plena consciência da minha precaridade, mas tentando alongar a vida, recolhendo pequenos bocados de comida, ajudando quem precisa e quem também me ajuda. Ocupo pouco espaço, faço pouco estrago e, sobretudo, não me preocupo com a posteridade". O toiro ouviu com atenção, olhando em todas as direcções. Não fazia a mínima ideia de onde saía aquela voz, baixa mas decidida. Respondeu que - ele - crescia e engordava nos poucos anos da sua existência para estar em forma num momento efémero de glòria e de vingança, no centro de uma arena cheia de barulho, de cor e de morte. A sua fúria servia apenas para esconder a tristeza e a fatalidade de um tal destino.
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