Acabei de ouvir o Eng° Belmiro de Azevedo na "Grande Entrevista" da RTP. A hora da verdade para a OPA sobre a PT aproxima-se (princípio de Março). O Eng° jura a pés juntos que não sobe o preço acima dos 9.5 euros, o que valoriza a PT em qualquer coisa como 11 mil milhões de euros. A cotação hoje fechou a 10.43 euros (+0.77% em relação a ontem), mas o Eng° diz que isso é o "mini-mercado da especulação". Diz também que depois da bolha e caso a sua OPA falhar, o preço da PT seguramente atingirá um valor inferior aos 9.5 euros da OPA, porque reflectirá o valor intrinseco do grupo e não a febre especulativa e o efeito de reboque do sector em alta na Europa. Por isso, os accionistas devem vender a 9.5 euros em Março em vez de recusarem a OPA. Em tudo isto não percebi se o Eng° está a fazer chantagem (tipo: depois de mim o dilúvio...), a comportar-se simplesmente como bom comprador que prefere pagar menos do que mais, se é ele próprio (e não propriamente a PT) que não vale mais do que 9.5 euros?
Também disse que espera que o Estado seja neutro, que estima muitíssimo o outro Eng° (o Sócrates) e a sua colaboração com o Presidente, e que, por isso, estão reunidas condições únicas para melhorar o estado do país (e provavelmente das suas finanças). Chegou a chamar ao Eng° Sócrates um excelente CEO (chief executive officer, expressão inglesa que designa o administrador executivo de topo de uma empresa e que em português vernáculo quer dizer "patrão") - acrescento, da empresa Portugal que iria muito longe se fosse gerida segundo o modelo de trabalho, disciplina e eficácia da Sonae, pois claro!
Disse que Portugal é demasiado pequeno para o seu grupo e que, portanto, o crescimento orgânico não lhe chega. Por isso se virou para o estrangeiro, especialmente, na àrea industrial (aglomerados de madeira) e se aventurou a comprar em Portugal a maior empresa, exactamente a PT. E se perder a PT (o que acha improvável a 99%), continuará a lutar, também nas telecomunicações, para libertar a Optimus das barreiras à concorrência e conquistar, finalmente, uma quota de mercado acima dos 25%.
Também disse que construiu o seu "império" essencialmente com o dinheiro dos bancos e que nunca faltou a nenhuma das suas dívidas porque investe o dinheiro (seu e principalmente dos credores) em negócios rentáveis. O seu grupo constitui garantias a favor dos bancos mas, a título pessoal, nunca hipotecou nenhum património. Chegou a dizer em surdina que - ele Belmiro de Azevedo - não devia nada a ninguém. Portanto, uma coisa é o Eng° outra é o grupo Sonae, naturalmente...
E está disposto a enfrentar os espanhóis da Telefónica, quer como potenciais vendedores no âmbito da OPA, quer para negociar posteriormente a operadora de telefones móveis Vivo do Brasil.
Grande Eng°. Ainda não fechou o concurso de "Melhor Português de Sempre"? Quase, quase não voto em D. João II.
1 comentário:
grande português, para mim é o Aristides de Sousa Mendes ( http://www.rtp.pt/gdesport/?article=822&visual=3&topic=1 )...
Vá...o Belmirito pelos vistos também é um rapaz marcante;)
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