Vai haver novamente um referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez e, com ele, as polémicas opiniões, conselhos, e posições políticas/religiosas.
Há dias ouvi na um bispo (ou padre, não me lembro bem) a afirmar que, mais do que política, esta questão é pessoal e íntima e que, como tal, cabe a cada eleitor analisar qual a melhor decisão, conforme o que os seus valores e consciência. Concordo plenamente com essa posição, mas, infelizmente, a igreja não está a guiar-se por ela. Apesar de afirmarem que não entrarão "em campanhas de tipo político", os bispos dizem que "não podem deixar de contribuir para o esclarecimento das consciências".
Isto significa o quê, afinal? Para mim quer dizer que, apesar de apregoarem a "abstenção de campanhas" vão fazer, eles próprios, uma campanha religiosa para "esclarecer as consciências" católicas de que é "pecado" dizer sim à despenalização do aborto.
E agora pergunto:
Esta questão não é pessoal e íntima, cabendo a cada um votar de acordo com os seus valores e consciência?
(Se as pessoas forem efectivamente católicas, terão valores concordantes com a igreja, se não forem, não se vão deixar convencer por crenças que não partilham, por isso, qual é a necessidade de "esclarecer consciências"?)
1 comentário:
Eu acho bem que se debata. Que todos debatam. Naturalmente, a Igreja porque é uma questão extremamente sensível para a Igreja e não se pode expedir para a esfera da política ou da consciência individual. Os conceitos de vida e de morte são a matéria-prima de todas as religiões. Era o que faltava que não metessem o bedelho.
A minha opinião (talvez tautológica) é a seguinte: sou a favor desde que não haja alternativas, tendo em conta "o tempo e o modo".
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