quarta-feira, setembro 27, 2006

Normalidade

Caminhámos mais de 2 horas ao longo de prados e florestas resplandecentes sob uma luz suave de Outono. Pareceu-me uma pessoa solar, optimista, inteligente e culta, divertida. Ao fim da tarde, quando o sol caía, fomos tomar um refresco numa esplanada à beira de um rio ladeado de chorões. Chegou a mulher com o filho, uma criança de 6 anos, numa cadeira de rodas, deficiente profundo, olhar perdido no vento. Estavam sorridentes, brincando com o rapaz, dando-lhe de beber, acariciando-o, limpando a baba que escorria copiosa da boca. Não me olharam de modo particular para perscrutar qualquer surpresa ou mal-estar. Continuaram a conversar com a mesma naturalidade, com o mesmo prazer. Tenho de confessar que me esforcei por imitar essa atitude porque, na verdade, fiquei algo desconcertado.

Depois de os deixar, fiquei a pensar àcerca de muitas coisas, incluindo os reais e virtuais problemas da vida, a felicidade e a normalidade.

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