Durante a Festa do Avante gera-se uma espécie de micro – sociedade extremamente interessante: parece que estamos numa comunidade perfeita, onde todos se respeitam e convivem mesmo sem nunca se terem cruzado antes. Metem-se conversas em filas para a casa de banho, em mesas lado a lado, junto aos palcos dos concertos... Oferece-se de beber e comer ao desconhecido que está mesmo ali ao pé, etc. etc...
É um ambiente propício à paixão pela ideologia socialista, à crença de que esta é exequível se nos unirmos e lutarmos por ela e à emoção a isso associada. O problema é que, quando se sai da festa, há um sentimento de pena… Pena por não passar tudo de três dias em que as utopias são quase alcançadas. Quando se retoma o contacto com a realidade, fica a noção que a teoria é fascinante. Contudo, não passa disso pois, na prática, não se cumprem as ideologias e, mesmo que se tentassem levar “Avante”, seria extremamente difícil fazê-lo com sucesso.
Enfim, é bom iludirmo-nos um bocadinho, nem que seja só três dias por ano. Além disso, políticas à parte, há muitos ganhos em termos culturais.
2 comentários:
Mas, afinal, foste à Festa do "Avante" ou à igreja ?
;-)
Não há grandes diferenças...:P
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