terça-feira, setembro 26, 2006

España

Parece que Cavaco anda a passar despercebido em Espanha. A imprensa do país ao lado esqueceu-se do homem. E ele que andou a dizer que a prioridade de Portugal devia ser Espanha, Espanha e Espanha. Coitado... Não tem a consciência do imenso buraco de ridículo em que se (nos) meteu. Faz tábua raza da enormidade do fosso que separa os dois países em termos, económicos, militares, culturais, etc. e - ele aí vai - pondo-se em bicos dos pés para (nem sequer) chegar aos calcanhares de "nuestros hermanos" (salvo seja !). O ricochete pode ser: alegremente comidos pelos espanhóis (e porque não ? - dirão alguns compatriotas a tender para o integracionismo).

Não é que eu tenha complexos de inferioridade. Também não tenho medo da invasão... Pese embora ter sido educado naquela fase em que o orgulho nacional se media pela padeira de Aljubarrota, pela táctica do quadrado e pela revolta dos fidalgos em 1640.

O problema é que Espanha parece infinitamente mais importante para Portugal do que vice-versa. Assim, os interesses só podem ser desequilibrados a favor da parte mais poderosa (e, aparentemente, desdenhosa). A política externa de Espanha considera Portugal não mais do que um pequeno detalhe.

Poder-se-à dizer que estas reservas se podem aplicar às relações com todos os países de maior dimensão. Mas, a Espanha é um caso à parte por causa da História comum, da vizinhança geográfica e da divergência recente entre os dois países quanto a níveis de desenvolvimento económico e social.

A prioridade para Portugal deve ser: "cresce primeiro e aparece depois" ! Sem ingenuidades, com pragmatismo e, sobretudo, protegendo bem a retaguarda, porque a política internacional, mesmo no seio de uma "comunidade" como a UE, não está para actos de beneficiência nem de altruismo. Até lá, "cautela e caldos de galinha", nomeadamente, em áreas estratégicas como a energia e os recursos hídricos.

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