Sines é uma terra pequena mas com bastantes coisas que cativam como a praia e aquela água maravilhosa, o castelo e a sua localização e vista, as ruelas pequeninas com casinhas tipicamente alentejanas e o centro de artes. Com o FMM, a vila torna-se, obviamente, mais interessante e fascinante. Não assisti a todos os concertos por razões de várias ordens, mas aqueles que pude ver deixaram-me extremamente agradada. O que se segue é um ínfimo resumo dos concertos mais marcantes para mim...
Sem dúvida o melhor de todos os concertos do festival. Um espectáculo com sonoridade e ritmo que oscilam entre a alegria estonteante e a melancolia dramática que comovem qualquer um. O conceito da música deste sérvio é que a vida vai dar inevitavelmente à ruína e, por isso, é necessária uma banda sonora para quando esta se der e a história acabar. "World After History" foi o álbum que nos apresentou no concerto de dia 22 de Julho de um modo fascinante.
Um grupo francês constituído por um acordeonista, um violinista, um guitarrista e um baterista que nos envolve num espírito de euforia, alegria e boa disposição. Tiveram uma presença inesquecível em palco, comunicando inesgotável humor e energia ao público.
O primeiro concerto que decorreu no castelo de Sines foi cheio de ritmo. Um ritmo que nos levou ao que de mais alegre existe na tradição portuguesa. Apesar de muita coisa ser familiar, os Gaiteiros de Lisboa surpreendem pela diversidade de meios que utilizam para "fazer" música.
Um libanês que toca alaúde árabe, um alemão que toca piano e um americano na bateria criaram um ambiente único misturando sons ocidentais e orientais. Foi um concerto calmo com música belíssima, algures entre o jazz e a música árabe, propícia a vários estados de espírito.
Música do Mali com história. Uma história que data do século XIII de que resulta uma música fabulosa. Encontrámos em palco tantas pessoas e instrumentos que se torna difícil escolher o foco da nossa atenção. Cruzaram-se instrumentos seculares com modernos num ritmo africano contagiante.
Ao assistir a este concerto quase que se consegue ver o deserto africano à frente com todos os seus elementos, não fosse este grupo do Senegal. Durante o espectáculo, um amigo classificou a música como "do género do rei leão"... Acho que, de facto, não está muito longe.
(Peço ao vizinho do lado que corrija ou acrescente alguma coisa que considere importante.)
2 comentários:
no comments needed... ;)
eu, para além do problemas do transporte, gostei do festival. aliás, doutra forma n seria, já que ver boris kovac deixou-me ébrio para o resto do festival. Sines não é um bom festival, é um festival mesmo muito bom. Eu próprio que estava reticente quanto ao 2º dia no castelo achei-o ainda melhor que o 1º (o facto de já saber o que esperar do 1º neste caso n ajudou). Trilok Gurtu e os Misra Brothers foram fenomenais, e deram, juntamente com o meu amigo Boris, dos melhores concertos que eu vi lá.
Preocupa-me a subida dos preços em 100%... de 5€ por noite este ano pagámos 10€... eu percebo que há mais festivais de world music por aí, e eles tentaram fazer um investimento mais forte na qualidade do cartaz (além de serem mais bandas a tocar), mas tendo em conta o que se passou em sines o ano passado: de todos os concertos que eram sines, só n me chamavam à atenção 2... em 15. E tinha um cartaz de luxo: Amadou e Mariam no seu auge de popularidade, Mahala Rai Banda tb no auge do hype à volta das bandas ciganas, os geniais Marc Ribot, Hermeto Pascoal, Kimmo Pohjonen, e ainda Ba Cissoko, Astrid Hadad, 34 Puñaladas e Master Musicians of Jajouka... Epah, tendo em conta qualidade/preço, eu só se ainda tiver ébrio do Boris Kovac é que não digo que o do ano passado punha este a um canto...
Mas a organização continua a estar de parabéns, conseguiu em 8 dias proporcionar 24 concertos que não tiveram qq problema técnico, muito embora a questão do autocarro devesse ter sido melhor programada. o festival talvez tenha tentado dar um passo maior do que as suas pernas conseguiam, e isso reflectiu-se na qualidade deste, muito embora pareça-me ser ainda o melhor festival do género.
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