Na batalha de Verdun, uma das mais importantes da I Guerra Mundial, morreram cerca de 800 000 pessoas em apenas 10 meses, mais ou menos metade franceses e metade alemães. Também por lá ficaram algumas centenas de portugueses, no que seria um dos episódios mais lamentáveis e sombrios da política externa portuguesa, após a queda da monarquia.
Verdun foi uma das maiores carníficinas da Guerra, quase indescritivel, o pior exemplo do que de pior pode ter a "Humanidade". Logo após a Guerra, começou a construção de uma série de monumentos para perpetuar as atrocidades que por ali se praticaram e para, alegadamente, evitar que uma tal tragédia se repetisse. O Presidente da Comissão promotora dessas obras foi um tal Pétain, General do exército francês.
Pois bem. O memorial foi inaugurado em 1932. Em 1939, começou a II Guerra Mundial que, durante 6 anos, dizimou mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, entre as quais mais de 20 milhões na União Soviética. E Pétain ficou tristemente célebre por ter encabeçado a capitulação da França (de Vichy) ao invasor nazi.
Por volta de 1980, François Mitterand e Helmut Kohl foram a Verdun declarar solenemente que tais loucuras não se repetiriam e que os povos alemão e francês seriam amigos para sempre.
Que pensar da "maldição" da Europa? Da tendência intestina à destruição, nesta terra que também é de cultura e de progresso? Da perenidade da "pax" que dura já há mais de 60 anos, provavelmente, o período mais longo de tranquilidade neste velho continente (se excluirmos a vergonha dos Balcãs...)?
É preciso ir a Verdun... e chorar em Verdun pelos impulsos mais sinistros da natureza humana.
Sem comentários:
Enviar um comentário