sexta-feira, maio 19, 2006

Por um grama de ternura no coração

Pedro, lembras-te de mim? Sou a Vanessa, a que nunca te abandonou. Nos últimos dias tenho pensado muito em ti, Pedro. Não me sais da cabeça. Dê por onde der, acabo a meditar na tua sorte.

Tens sido um parvo, Pedro. Disseste que ias andar por aí, mas nunca mais ninguém te viu. Onde andas, afinal? A última vez que soube de ti querias comprar o automóvel à Câmara, mas o Carmona não to quis vender (nesta porcaria de vida, há alturas em que além de não nos quererem comprar carros também já não no-los querem vender).

Tenho pensado muito em ti depois daquilo do livro do coitado do Carrilho. Ele disse, e bem, que não conseguiu fazer uma campanha tão "simples e intensa" como o olhar do seu bebé por ter andado a "lidar com pessoas que não têm um grama de ternura no coração". Ora, como tu sabes, qualquer pessoa que queira andar nesta vida de uma forma tão "simples e intensa" como o olhar de uma criança apanha com os malvados. Foi o que te aconteceu a ti, meu menino guerreiro. Mais do que ninguém, tu sabes o que é estar na política de forma "simples e intensa". Tu sabes muito bem o que é ter vários gramas de "ternura no coração". Tu sabes o que é dizer a alguém "fazes-me falta" ou "fica comigo esta noite". Tu (e o Manuel Maria) falam ao nosso coração, ao meu e ao do Eduardo Prado Coelho. E é por isso que perderam (tu o Governo, o Manuel Maria a Câmara de Lisboa), porque isto está cheio de gente sem coração. Eu tive agora uma ideia que tu tens que levar em frente, Pedro. Para já, escreve o livro. Tem é que ser depressa, aproveita a onda. Convida a mesma malta que foi ao do Carrilho. Se usares a expressão "análise de casos", vais ver que contas com a caução de professores universitários. Os profes pelam-se por uma boa "análise de casos". E para análise, o teu caso é tão bom ou ainda melhor que o do Carrilho. Vais ver que aparecem. Com alguns, deves invocar que também o Soares foi vítima da falta de ternura. Pedro, vai ser um sucesso. Mas tens que aproveitar a onda, tem que ser depressinha, senão essa malta que anda agora a cortejar o Carrilho esquece-se, e ainda levas. Ah, e devias convidar o Carrilho para co-fundador de uma grande associação que poderá mudar a política portuguesa: A Pungente (Associação Por Um Grama de Ternura). Boa sorte, corazón.

Ana Sá Lopes in DN Online

3 comentários:

/me disse...

Num blog até poderia ter alguma piada, agora como artigo de opinião num jornal acho miserável. Ridículo. Se a mulher não tem sobre que escrever, não escreva.

Alice disse...

Eu adorei o texto...posso perguntar o porquê da sua opinião?

/me disse...

Gostos não se discutem. Se calhar o meu sentido de humor anda fraco.

Quanto à minha opinião (ahh, por favor, não me trates por você, que me acrescentas 10 anos :P): acho todo o texto irrelevante. Um exercício de humor que eu poderia também ter escrito em cinco minutos - o que não é bom sinal.

Não entendo porque vai buscar novamente o Santana Lopes. Sadismo? O homem já se foi... Irrita-me solenemente que batam nos "mortos", mesmo quando estes merecem. Lucrar (nem que seja arranjar tema para um artigo) à custa de quem está em baixo, para mim, é cobardia.

O tratamento por tu para ter piada a mim soa-me apenas a desrespeitoso.

Claro que tudo isto não me incomodaria se achasse um mínimo de piada ao texto.

Depois é repetitivo e chato. Ou seja, sinal de que tinha pouco para dizer. É como quem conta uma piada e a repete várias vezes:

"Nos últimos dias tenho pensado muito em ti, Pedro. Não me sais da cabeça. Dê por onde der, acabo a meditar na tua sorte." <---- 3 frases para dizer o mesmo

"Tens sido um parvo, Pedro. Disseste que ias andar por aí, mas nunca mais ninguém te viu. Onde andas, afinal? A última vez que soube de ti querias comprar o automóvel à Câmara, mas o Carmona não to quis vender (nesta porcaria de vida, há alturas em que além de não nos quererem comprar carros também já não no-los querem vender)." <---- este parágrafo serve para quê? Tem piada? Está apenas a meter palha para chegar à piada?

Depois mete o Carrilho. Ao menos esse está na ordem do dia, entende-se...

Acho todo o artigo banalíssimo.