Itália

O que se tem passado nos últimos dias no mundo viscoso do futebol italiano é, no mínimo, eloquente e, de qualquer modo, expressivo da corrupção intestina e generalizada da sociedade transalpina. Hoje é a ultima jornada do campeonato da série A. Em princípio, basta à Juventus (dos Agnelli) empatar contra a Reggina em Bari para ganhar o seu enésimo título. O Milan (de Berlusconi) joga em casa com a Roma. 3 pontos separam as duas equipas. Mas, fala-se até de anulação deste campeonato e do do ano passado e de descida à 3a. divisão de equipas como a Juve, Milan, a Lazio, a Fiorentina, etc. E os políticos proclamam que, no mundo do calcio, é necessário "ripartire da zero". E O Vaticano, através do seu orgão oficial "L'Osservatore Romano", diz que é uma vergonha e que os nossos sonhos de criança estão a ser esmagados por uma falta de escrúpulos inaudita.

Porquê?

Porque Moggi (o director super mafioso da Juve) e capangas de outros clubes, da direcção de arbitragem e da Federação Italiana de Futebol têm combinado tudo: nomeação de árbitros, foras de jogo, penalties, cartões amarelos, expulsões, resultados, etc, etc. E também o guarda-redes da selecção e da Juve, Buffon, tem beneficiado do "esquema" dando indicações a apostadores italianos e estrangeiros da lotaria do "calcio" àcerca dos resultados das próximas jornadas. As ligações de tudo isto com outros sub-mundos (da política e da finança) estão a ser investigados pelas magistraturas de Nápoles e de Turim.

E depois queixem-se do Valentim e do Jorge Nuno. Esses são autênticos cordeirinhos...

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