Fátima é uma eloquente manifestação de fé. Alguns dizem também que é uma eloquente expressão de ignorância e de obscurantismo. Não me quero meter nesse debate. Conheço pessoas eruditas que vão a Fátima e outras analfabetas que também lá vão. Além disso, não tenho fé. Já tentei, mas não consegui. E não me veio espontâneamente. Não fui "chamado", como dizem os entendidos... Mas, respeito quem tenha fé, da mesma maneira que respeito todas as diferenças não violentas.
Após o que fica dito, vou ao que aqui me traz, ou seja: alguns exemplos de inesperados efeitos colaterais positivos que a peregrinação anual a Fátima poderia gerar.
Em primeiro lugar, a peregrinação poderia inserir-se num programa nacional de luta contra a obesidade, dados os longos quilómetros percorridos por criaturas com evidente excesso de peso. O Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado do Desporto e a Igreja dariam as mãos para incentivar cada vez mais obesos a conciliar a fé com a forma física.
Em segundo lugar, dada a elevada sinistralidade associada à peregrinação, esta última poderia ser um pretexto para sensibilizar todo o país e os caminhantes (em particular) para a prevenção de acidentes rodoviários.
Em terceiro lugar, as autarquias e clubes de caminheiros poderiam colaborar para balizar percursos bonitos e saudáveis e, sobretudo, alternativos à fatal estrada nacional número 1. Assim, se promoveria também a saúde, o convívio com a Natureza e uma cultura ecológica.
Foram apenas algumas dicas para olhar para a peregrinação com outros olhos e para conciliar diversas dimensões de um fenómeno de massas incontornável todos os anos por esta altura.
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