Depois de semanas de contestações que, de resto, prosseguem, o Presidente da República de França promulga a lei do CPE(*) e, ao mesmo tempo, diz que não é para se aplicar, pelo menos, por enquanto...
Os sindicatos pedem para negociar, não com o governo do Sr Villepin, como seria normal, mas com o partido do governo, UMP, liderado pelo Sr Sarkozy.
O Primeiro-Ministro, Sr Villepin, diz que retirará todas as consequências do que se está a passar, insinuando que poderá demitir-se, defendendo a face e a honra, mas perdendo todas as hipóteses de uma candidatura presidencial e abrindo o caminho ao caro inimigo, "enfant terrible" Nicolas Sarkozy.
Chirac afunda-se cada vez mais numa atroz falta de credibilidade. Nunca a França esteve numa situação tão calamitosa de fim de mandato presidencial. Elevam-se vozes pondo em causa, não apenas os protagonistas do sistema, mas o próprio sistema de instituições da V República, incluindo a sua natureza presidencial e o papel ingrato do Primeiro-Ministro, qual Rambo, ecrã ou objecto sacrificial do Presidente.
"La grandeur de la France"...
(*) CPE ("contrat première embauche"): novo contrato de trabalho com os jovens em situação de primeiro emprego que dá a possibilidade ao empregador de pôr na rua o empregado sem necessidade de justificação, a qualquer momento, durante os primeiros 2 anos de trabalho. Os seus defensores dizem que introduziria maior flexibilidade no mercado de trabalho e removeria alguns obstáculos à criação de empregos jovens pelas empresas. Os antagonistas dizem que é apenas mais um instrumento de precariedade e de ataque aos "acquis sociaux" da França dos "Trente glorieux"
2 comentários:
Excelente post... E inteligente, para variar na blogoesfera... : )
Um beijo
Obrigado pelo elogio. Faz sempre bem...
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