Eu não me considero um anti-americano, mas sinto uma enorme repulsa, nojo, asco, quando penso na política externa dos EUA. Bem vistas as coisas, sempre foi apanágio da potência hegemónica mundial meter-se nos assuntos internos de cada país. Foi a Inglaterra até século XIX, mas desde a 1ª Guerra Mundial que o «peso» de ser o primus inter paris tem sido inegável, e também por isso, contestado. O que os EUA fazem hoje em questão de política externa fizeram muitos outros países antes. Daí que muitos americanos não percebam o porquê de tanta contestação. Aqui é caso para dizer: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. O mundo mudou imenso e irreversivelmente no século passado: ínumeras guerras «tradicionais», mais um conflito como o da Guerra Fria, mais um enorme processo de descolonização, globalização, revoluções culturais, etc etc etc. Tudo isto mudou a face do mundo, mas os EUA, não por serem os EUA mas por serem a potência mundial, continuam a adoptar uma postura de política externa típica do Século XIX, qdo o século XX já foi à «muito» tempo... E depois é óbvio que não percebem o porquê de tanta sensação de repulsa, asco, nojo...
Outra nota: o Sitglitz veio recentemente afirmar que a própria guerra no Iraque já não servia os interesses dos EUA, tais são os custos de guerra. Claro que há sempre alguém que beneficia com ela, e para se perceber isto recomendo vivamente a visualização do filme Syriana, de 2005. Por outro lado, o Iraque, como oportunamente (deixem-me gabar um pco) eu pus no meu blog, vai começar a transaccionar petróleo em €uro$, o que pode significar a queda da hegemonia americana SE, claro, os americanos não fizerem nada sobre este assunto. O que é fácil de ver que não sucederá. Mas isto tudo pa chegar a uma conclusão que é: os EUA não se podem dar ao luxo de combater em 2 frentes - por muito próximas que estejam geograficamente - diferentes. Portanto, das 2, 1: ou eles vão tentar resolver a questão iraquiana muito rapidamente (ou libertando-se das responsabilidades), correndo o sério risco de ficar mal feito; ou então, não se metem no Irão enquanto a situação do Iraque não tiver fim à vista, o que parece demorar.
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Eu não me considero um anti-americano, mas sinto uma enorme repulsa, nojo, asco, quando penso na política externa dos EUA.
Bem vistas as coisas, sempre foi apanágio da potência hegemónica mundial meter-se nos assuntos internos de cada país. Foi a Inglaterra até século XIX, mas desde a 1ª Guerra Mundial que o «peso» de ser o primus inter paris tem sido inegável, e também por isso, contestado. O que os EUA fazem hoje em questão de política externa fizeram muitos outros países antes. Daí que muitos americanos não percebam o porquê de tanta contestação. Aqui é caso para dizer: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. O mundo mudou imenso e irreversivelmente no século passado: ínumeras guerras «tradicionais», mais um conflito como o da Guerra Fria, mais um enorme processo de descolonização, globalização, revoluções culturais, etc etc etc. Tudo isto mudou a face do mundo, mas os EUA, não por serem os EUA mas por serem a potência mundial, continuam a adoptar uma postura de política externa típica do Século XIX, qdo o século XX já foi à «muito» tempo... E depois é óbvio que não percebem o porquê de tanta sensação de repulsa, asco, nojo...
Outra nota: o Sitglitz veio recentemente afirmar que a própria guerra no Iraque já não servia os interesses dos EUA, tais são os custos de guerra. Claro que há sempre alguém que beneficia com ela, e para se perceber isto recomendo vivamente a visualização do filme Syriana, de 2005. Por outro lado, o Iraque, como oportunamente (deixem-me gabar um pco) eu pus no meu blog, vai começar a transaccionar petróleo em €uro$, o que pode significar a queda da hegemonia americana SE, claro, os americanos não fizerem nada sobre este assunto. O que é fácil de ver que não sucederá. Mas isto tudo pa chegar a uma conclusão que é: os EUA não se podem dar ao luxo de combater em 2 frentes - por muito próximas que estejam geograficamente - diferentes. Portanto, das 2, 1: ou eles vão tentar resolver a questão iraquiana muito rapidamente (ou libertando-se das responsabilidades), correndo o sério risco de ficar mal feito; ou então, não se metem no Irão enquanto a situação do Iraque não tiver fim à vista, o que parece demorar.
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