O objectivo do poder não é o de maximizar o bem-estar colectivo, mas sim o de minimizar o mal-estar colectivo de modo a obter um nível (desse mal-estar) compativel com a sua permanência (do poder). Quando o mal-estar atinge um nível excessivo, surge a contestação e, portanto, o risco de substituição do poder. O poder estabelecido deve estar atento aos sinais de descontentamento de modo a gerir cuidadosamente a ameaça que ele representa.
5 comentários:
Essa picada não foi de melga, mas de bicho bem mais feroz.
Infelizmente, concordo.
Só faltou a dizer para que se querem eles eternizar no poder...
LOL isto parece um excerto do Manifestto xD
Meu caro /me: o poder serve para incluir os "nossos" e para excluir os "outros". Incluir e excluir de quê, perguntará você? De interesses, vantagens e mordomias que reproduzem o poder. O poder auto-alimenta-se, reproduz-se, numa tendência natural à expansão permanente. Essa tendência é interrompida, em democracia, pela alternância que as eleições permitem e, em ditadura, pelas revoluções. Os "nossos" são os do clã, os que partilham responsabilidades e cumplicidades, que se entreajudam, que guardam segredos, que nos fazem favores. Os "outros" são o inimigo, os ameaçadores pretendentes às benesses de que ainda beneficiam os "nossos", os que não esperam outra coisa do que a nossa queda para ocuparem as nossas cadeiras, as quais favorecem acesso aos mecanismos de geração e reprodução alargada do poder.
Talvez esta explicação pareça um bocado circular, mas é assim mesmo o poder: circular, cumulativo, auto-gerador, auto-justificador na órbita dos interesses que defende (de classe) que defende.
Pronto, e agora partiste os pratos todos. Mas, infelizmente, mais uma vez tenho de concordar!
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