Sempre desconfiei de agremiações, confrarias, grupos iniciáticos. Gente que tem orgulho em pertencer a grupos, mais ou menos impermeáveis e selectivos, com uma afinidade peculiar. Dentro desses grupos, protegidos por barreiras à entrada cuja transposição depende de factores muitas vezes imperscrutáveis, desenvolvem-se cumplicidades, segredos, tráficos que adulteram o jogo social, que poluem os valores supostamente sagrados do mérito, da igualdade e da transparência. Os membros desses grupos protegem-se, cobrem-se, mutualizam os seus sucessos e os seus fracassos. Trata-se de grupos essencialmente anti-democráticos que influenciam, talvez excessivamente, a democracia.
Mutatis mutandis, é sabido que a solidão e a inquietude fazem parte do preço da liberdade...
Esta problemática não é nova. De facto, é tão velha quanto o são as sociedades secretas. Dito isto, devo esclarecer que não penso que o mundo seja governado por conspirações de interesses obscuros e inconfessáveis. Portanto, não partilho a chamada tese conspirativa. Noutros termos: não acredito em bruxas (mas que as há, há!).
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