Um edifício lindíssimo, um espaço muito agradável.... Uma faculdade onde costumava ser um convento. O local de convívio é um privilégio para os alunos, visto que se trata dos claustros, com azulejos antigos, muito bonitos, imenso sol, etc.
O ambiente é óptimo, e nele convivem imensas pessoas, na realidade, mais do que devia ser, pois o edifício é demasiado pequeno para tanta gente.
A reprografia é um cubículo minúsculo onde, para se fotocopiar um B.I. são precisos, no mínimo, 10 minutos, tal é a confusão de gente a tentar conseguir o que quer num espaço tão pequeno e a fila descomunal que se cria, mal aparecem 5 pessoas.
A biblioteca não oferece espaço suficiente para uma percentagem mínima de alunos aí poder estudar, nem existe um espaço alternativo para o fazer.
As casas de banho e o bar têm excelentes condições, mas nos intervalos, estes espaços são invadidos por filas de gente.
Não há salas em número e tamanho suficientes para garantir o decurso mais adequado das aulas práticas, obrigando professores e alunos a uma exigente "ginástica" no que diz respeito a horários para garantir que não há mais de 35/40 alunos por sala, pois se esse número for superior, é quase impossível dar ou assistir à aula.
Por fim, como se trata de um antigo convento, faz um frio impressionante durante o inverno.
Há anos que se fala na construção de um novo edifício para a Faculdade de Psicologia, supostamente no Pólo II da Universidade de Coimbra, mas a verdade é que nada se fez ainda... Correm rumores de que as propinas dos actuais estudantes nesse pólo vão/estão a ser canalizadas para isso, mas ainda não há nada concretizado.
No meio disto tudo, este ano foi criado um novo curso: Serviço Social, aumentando o número de estudantes naquele espaço.
Não é um bocado inapropriada o aumento do número de alunos numa Faculdade nestas condições? Acho bem a criação desse curso no ensino superior público, mas não nestas condições.
Porém, a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra é das mais prestigiadas do país.
Questão:
Como é que se entende isto tudo?
5 comentários:
You're not alone:
Na minha faculdade (Direito) seria impossível ter aulas caso todos os alunos comparecessem. As salas têm lotação para cerca de 70 pessoas (algumas) e cada turma tem aproximadamente 135 alunos. Há dois bares, mas, nos intervalos, está sempre fila em ambos. Não temos serviço de fotocópias na nossa faculdade, este está localizado dentro da Faculdade de Medicina. O edifício é antigo e muito grande, portanto, há bastante frio também. Claro que é óptima a paisagem de que se benificia assim que passamos a Porta Férrea, mas o enorme edifício que vemos e que se dá pelo nome de Faculdade de Direito é apenas minimamente utilizado pelos alunos: a maior parte é ocupada por serviços administrativos, salas da reitoria, capela e Biblioteca Joanina, sobrando apenas uma parte da parte lateral esquerda para usufruto lectivo.
E agora a pièce de resistence: Temos apenas duas casas de banho em toda a faculdade, uma para homens e outra para mulheres, tendo esta última apenas 4 compartimentos (contando já com o destinado aos deficientes). Esta dita casa de banho, situa-se num piso abaixo do solo, em direcção ao local onde só existe o segundo bar e o auditório (onde, no meu caso, só temos as aulas teóricas de uma só cadeira). No entanto, no piso térreo, logo à entrada, temos uma outra casa de banho, de uso exclusivo para os turistas que, de vez em quando, povoam a faculdade. Mas, os estudantes não a podem usar, pois esta tem à porta a característica senhora-gorda-que-faz-renda-a-quem-os-turistas-dão-uma-moedinha-em-troca-de-uma-folha-de-papel-higiénico a impedir a entrada. Mesmo que não haja turistas naquele momento a visitar a faculdade. Mesmo que estejamos atrasados para a aula e descer as escadas, ir à casa de banho que nos é destinada, voltar a subir as escadas, nos atrase ainda mais.
Assim, a minha faculdade, onde andam cerca de 2000 estudantes, oferece-lhes uma variedade de alternativas para ocuparem os seus intervalos: ir à casa de banho, ir ao bar, ou dirigirem-se à sala onde terão a aula seguinte. Mas só podem escolher uma delas.
E pagamos uma estupidez de propinas para não haver condições... Isso é que ainda é mais ridículo.
Pensava que o problema era mais com a Psicologia, mas pelos vistos generaliza-se...
Acho uma estupidez ter-se instituído propinas máximas para a Universidade de Coimbra e não estarem ajustadas a cada faculdade... Eu nem me queixaria das condições que temos, caso não estivesse a pagar o que pago, o que ainda é mais rídiculo face ao facto de não utilizarmos material de apoio quase nenhum (só uns acetatos e apresentações Power Point), ao contrário dos alunos da FCTUC ou da FMUC que, para além de me parecer que as próprias instalações já são melhores, têm muito mais gastos em suportes educativos, devendo, na minha opinião, pagar mais (ou nós pagarmos menos).
Com a desigualdade de propinas não concordo, porque faria com que algumas pessoas reduzissem o seu leque de opções por dinheiro...
É uma questão de solidariedade: pagamos todos, uns pelos outros, para TODOS poderem aceder ao ensino superior.
Agora a questão é: no conjunto de todas as faculdades, será mesmo necessário que os alunos paguem propina máxima, visto que tantas faculdades têm más condições? E que tal se pagarmos todos uma propina mais baixa? Ou então, que melhorem as condições gerais e nos façam ver que o balúrdio que pagamos está a ser bem empregue, em vez de canalizarem as propinas para os salários dos professores, porque esses devem ser pagos pelo ESTADO!
Pois, depois de escrever o meu comentário lembrei-me disso que disseste... Ainda assim, acho preferível que uns estejam na mesma, com outros estando melhor, que estarem todos na mesma e essa situação ser má! E tipo, face à crise por que passamos, há que ter um certo realismo (não sem deixar de defender o que se acredita!). Portanto, eu até compreendo que os alunos que podem da FCTUC e da FMUC, paguem a propina máxima, pois consigo facilmente perceber que as aulas deles acarretam custos elevados e que as condições são melhores. Agora, não compreendo nem aceito que um milionário que fosse, pagasse a propina máxima na minha faculdade ou na de Letras, por exemplo. Acho que deviam era aumentar os regimes de excepções, no cenário que apresentei, para que ninguém ficasse excluído do curso que quer por questões financeiras.
E sim, concordo contigo, os salários dos professores devem ser financiados pelo Estado e não pelas nossas propinas (especialmente porque eu tenho casos de professores que têm uma carga horária de 3h semanais e não lhes deve ser pago o salário mínimo :P ), mas as Universidades estão um bocado "de mãos atadas", pois, com os sucessivos cortes orçamentais para a educação e o seu estatuto de entidade autónoma - também financeiramente (aprendi hoje em Direito Constitucional :P) - têm de recorrer ao dinheiro que possuem (e que deve vir maioritariamente das propinas) para se autofinaciar e gerir todas as despesas.
Enviar um comentário