Retomando o tema da BATATA… reitero que esta é a solução para os problemas nacionais. Começo, verdadeiramente, a explicar porquê.
Em primeiro lugar, Portugal tem condições naturais e sociais ímpares para a cultura da BATATA. Os terrenos são apropriados, o clima é clemente, o produto é de excelente calibre e qualidade. Existe uma mão-de-obra altamente qualificada que pode utilizar tecnologias de ponta, desenvolvidas ao longo dos séculos, através de um « mix » harmonioso de ciência, tradição e sabedoria popular. Os laboratórios de investigação científica de elevada qualidade que proliferam neste país poderão concentrar os seus esforços na procura de soluções inovadoras para aumentar a produtividade e a qualidade da produção de BATATA. Eis um campo onde a ligação entre a investigação fundamental e a investigação aplicada será muito importante. Cientistas, lavradores e camponeses darão as mãos numa aliança virtuosa de culturas e de sensibilidades para alcançar as melhores soluções técnicas para a BATATA. Com o seu « cluster » da BATATA, Portugal passará a ocupar uma posição cimeira no panorama tecnológico mundial e a venda de patentes ao estrangeiro poderá ser uma fonte inesgotável de receitas, diversificando a estrutura das nossas exportações de bens e serviços.
Proprietários rurais e camponeses darão as mãos para implementar novos modos de produção e de organização do trabalho e da propriedade. Um novo contrato social, no âmbito do qual a conflitualidade será gerida de forma inteligente e sensata, verá a luz do dia, dado o consenso alargado em torno da BATATA. A BATATA pode, assim, contribuir para a estabilização da população rural e para o combate ao envelhecimento dessa população, porque os jovens se entregarão com alegria e entusiasmo ao desenvolvimento da cultura da BATATA. O processo de desertificação dos campos será contido e será, finalmente, promovido o crescimento equilibrado de todo o território nacional, sem zonas ou populações de segunda, sem favorecimento do litoral, sem necessidade de atapetar o interior de auto-estradas semi-desertas. A BATATA será um factor de desenvolvimento endógeno, inscrito na dinâmica mais profunda das pessoas e das suas motivações. Os ancestrais e genuínos valores positivos do mundo rural serão preservados do ataque da urbanidade e da industrialização desenfreada que se fazem acompanhar de toda uma série de vícios e da disseminação do mal-estar e da solidão entre as pessoas (poluição, criminalidade, congestionamento, perda do elo social, etc.). Poderá mesmo haver um refluxo da população, da cidade em direcção aos campos, descobrindo os encantos e a qualidade de vida das paisagens verdejantes em que predominará, naturalmente, a bem-aventurada BATATA. Modos alternativos de produção e de socialização, amigos do ambiente e das pessoas, farão brotar um novo modelo de sociedade, o modelo que faltava, alternativo ao neo-liberalismo esmagador e ao marxismo defunto. Um modelo em que a solidariedade suscitada pela BATATA andará a par da eficiência e da afectação racional de recursos.
Depois, a BATATA permitirá conciliar a modernidade e a abundância com a preservação ou, mais propriamente, com o retorno aos mais autênticos e vernáculos valores da raça Lusitana, associados inextricavelmente ao mundo rural e à cultura dos campos e da sucessão perpétua das estações do ano. Teixeira de Pascoaes será revisitado com absoluta pertinência, enquanto ideólogo do novo Tempo Português, do renascimento da Nação, após um período de decadência e de diluição numa Europa aviltada pela globalização uniformizadora, activamente promovida pelas transnacionais de origem norte-americana, o verdadeiro império do mal.
Por hoje fico-me por aqui. No próximo episódio aprofundarei a análise das condições económicas e de mercado que sustentam a tese em favor da BATATA. Se alguém tem ideias em relação aos modos de potenciar este novo desígnio nacional será naturalmente acolhido com simpatia nestas “páginas”.
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