O PIB per capita de Portugal representava, em 1991, 66% do PIB per capita médio da União Europeia a 15 (EU 15, isto é, antes do último alargamento). O Eurostat prevê que, em 2005, esse valor seja precisamente o mesmo. No período 1991-2005, houve uma melhoria até 2000, ano em que o indicador atingiu um máximo de 73%, seguido de uma degradação contínua entre 2001 e 2005.
Segundo a minha estimativa, para que dentro de 10 anos, o PIB per capita português fosse igual ao PIB per capita da UE 15, seria necessário que esse indicador crescesse em Portugal, em média anual, 4.3% acima do crescimento da Europa. É obra! O Eurostat estima que o PIB português cresça 1.1% em 2005 e 1.7% em 2006. Esses valores para a UE 15 seriam, respectivamente, de 1.9% e 2.2%. Convergência? Qual convergência?
Quanto ao PIB por hora trabalhada (indicador de produtividade), em Portugal, passou de 56% da média da UE 15, em 1993, para apenas 59%, em 2003, quer dizer: cresceu somente 3 pontos percentuais em 10 anos. Esta é uma das explicações para a evolução acima apresentada.
Mas, a despesa das famílias (consumo e investimento, particularmente, em habitação) cresceu... também porque a dívida financeira das famílias passou de 44% do PIB em 1995 para 93% em 2003, enquanto os activos financeiros das famílias passaram, no mesmo período, de 191% para 209% do PIB. Já a poupança global passou de 23% do rendimento nacional disponível em 1991 para 15% em 2004.
Conclusão: Portugal estagna e as famílias gastam com base em menor propensão à poupança e em maior endividamento. O cenário não é muito diferente no que se refere às empresas e ao Estado. Quanto às relações com o exterior, Portugal tem andado num "equilibrio de corda bamba" com o défice da balança comercial a oscilar entre os 7% e os 10% do PIB nos últimos 10 anos.
Fonte de inspiração: http://epp.eurostat.cec.eu.int/cache/ITY_OFFPUB/KS-CZ-05-002/EN/KS-CZ-05-002-EN.PDF
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