quinta-feira, janeiro 24, 2013

O regresso aos mercados...

O "sucesso" da emissão de dívida do Estado a 5 anos no mercado internacional de capitais é melhor do que um falhanço.

Não quer dizer grande coisa para os portugueses no imediato.

Faz parte de um processo longo, cheio de dificuldades, no sentido da estabilização das condições de financiamento externo da nossa economia.

Esse "sucesso" é devido a três factores: promessa do BCE de comprar dívida dos Estados que cumpram planos de ajustamento; apetite dos investidores por titulos de rendimento elevado; percepção de uma execução diligente do acordo assinado com a Troika.

A economia é feita de expectativas, pelo que, deste "sucesso" pode resultar algum optimismo dos agentes económicos, favorecendo as decisões de investimento.

Esta situação não deve recolocar em marcha um processo semelhante ao que nos trouxe aqui: endividamento estúpido. O objectivo deve continuar a ser o de reduzir a dívida para ter dinheiro para pagar outras coisas para além de juros. Acesso ao mercado deve, portanto, permitir maior autonomia e condições mais razoáveis de refinanciamento, sem depender das ordens de nenhuma Troika. Não deve servir para recomeçar a aumentar dívida.

Não se deve esquecer que a indústria financeira é estúpida, sem memória e pró-cíclica, o que não lhe impede de ganhar dinheiro, com lucros privados e perdas públicas.

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