quinta-feira, dezembro 02, 2010

(Alguns) Filósofos e o Amor


Um livro muito interessante, que vai para além do pensamento filosófico e nos mostra também as vidas de alguns dos grandes pensadores... Curioso que os que mais reflectiram sobre o amor foram os que tiveram vidas amorosas mais conturbadas, e os que mais divinizam e respeitam este sentimento, foram os que mais o desprezaram/mal-trataram ao longo da sua existência.


MONTAIGNE
“Os moralistas qualificam a luxúria de animalesca. Ele [Montaigne] considera-a apenas demasiado humana. É da nossa própria condição termos um corpo preso à nossa alma. E «mesmo no mais elevado trono do mundo, estamos sentados sobre o nosso cu.»”

LUCRÉCIO
“Crede que a infelicidade suprema é a de preferir a vida à honra e que, para prolongar a vida, se perdem todas as razões para viver.”

SCHOPENHAUER
“Se o amor é pura e simplesmente um logro, uma astúcia suscitada pelo desejo de preservação da espécie, é contudo uma questão capital e complexa. «A questão central», mesmo. «O objectivo último de quase todas as aspirações humanas», chega a escrever Schopenhauer, «o fundamento de qualquer acção séria, o objectivo de todas as brincadeiras». Nenhuma paixão ultrapassa aquela em violência potencial, e ela não deveria ser tratada com a falsa desenvoltura e a bazófia de um fanfarrão que pretenda reduzir o sentimento amoroso a uma simples questão de roupa interior.”

KIERKEGAARD
“«A infelicidade», escreve ele [Kierkegaard] nas Migalhas Filosóficas, «não está no facto de os amantes não poderem unir-se, mas no facto de não poderem compreender-se.»”

NIETZSCHE
“O que é o amor senão perceber que alguém vive e age e sente de uma forma diferente da nossa, e mesmo oposta, e regozijar-se com isso? Para que o amor una os contrários na alegria, é preciso que ele não os suprima nem os negue. Mesmo o amor-próprio tem como condição uma dualidade irredutível (ou uma multiplicidade) numa única pessoa.”

HEIDEGGER e ARENDT
“Sabes o que há de mais difícil é o que é dado a um ser humano para ele levar? Quanto ao resto, há meios e ajudas, parapeitos para o orientar, enquanto neste caso estar exposto ao amor = ser mal tratado na sua existência mais limpa. Amo significa volo ut sis, pôde dizer Agostinho: «amo-te – quero que sejas aquilo que és.»”

SARTRE e BEAUVOIR
“No dia em que for possível à mulher amar com a sua força e não com a sua fraqueza, não para fugir de si mesma mas para se encontrar, não para se demitir mas para se afirmar, então aí o amor tornar-se-á para ela, tal como para o homem, uma fonte de vida e não um perigo mortal.”

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