sexta-feira, agosto 19, 2011

Eurobonds

Os eurobonds seriam títulos de dívida emitidos por qualquer país da UE contando com a garantia de todos os membros da mesma UE. Não é claro se essa garantia seria apenas pro-rata ou conjunta e solidária. No caso do emitente não conseguir pagar a dívida representada pelos ditos títulos, os credores seriam reembolsados pelos outros países no âmbito da garantia. Para os países com menor rating, tais empréstimos teriam condições (e.g. taxas de juro) mais favoráveis, dado que o risco seria, em última instância, o da execução da garantia. O rating do empréstimo com a garantia seria superior ao rating do mesmo empréstimo sem a garantia, quer dizer, baseado apenas nos méritos do devedor. Compreende-se a reticência de alemães ou holandeses em relação a eurobonds por eles garantidos, a emitir por países com elevado risco de incumprimento. Seria a mutualização de riscos decorrentes de um processo de divergência entre as economias da UE de que os países mais ricos e virtuosos (com ou sem razão) não se consideram responsáveis. Mas, sem dúvida, os eurobonds seriam um instrumento de solidariedade entre países/contribuintes com diferentes trajectórias de crescimento e de equilibrio orçamental no seio de uma União Monetária. O problema é que alguns países/contribuintes - os "mais ricos e virtuosos" - acham essa solidariedade injustificada, injusta ou insustentável. E acrescentam que talvez concordem com os eurobonds quando as economias de todos os potenciais emitentes forem metidas na ordem (quando todas forem "ricas e virtuosas"), isto é: quando a probabilidade de recurso à garantia for praticamente nula, que é o mesmo que dizer: quando a garantia for desnecessária. Mas, talvez não possam continuar a negar outra tese: a de que seja a própria União Monetária "injustificada, injusta ou insustentável"...

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