quarta-feira, agosto 17, 2011

Agosto

Agosto estranho. De neblina, chuvas inesperadas, doenças, crises, notícias cansadas, ruas vazias, pessoas sozinhas deambulando pela cidade nua à procura de ar, trânsito de fluidez que chateia, pouca gente em esplanadas suspeitas, dançando tango com copos de cerveja morna, matando o tempo. Amanhece cinzento, o dia evolui estrebuchando no cinzento até acabar com um vestígio de sol, como se fosse um pingo. Este Agosto inerte até regressarem oceanos de gente resignada. Daqui a pouco misturam-se cãezinhos de companhia com pessoas de companhia, metem-se óculos de sol para observar as nuvens, perdem-se passos em multidões com medo de não estarem super-ocupadas e nervosas e ambiciosas. E a solidão dilui-se de novo.

Sem comentários: