
Na sequência de uma sugestão do Tony (ou António, pronto!), decidi responder a uma "corrente" engraçada que faz puxar pela memória e pelos momentos que passamos com os livros. As respostas dele estão ali. As minhas estão aqui…
Várias vezes não digo… Mas gostava de reler “O Diário de Anne Frank”, porque me marcou muito e, sobretudo, porque era muito miúda quando o li e certamente iria interpretá-lo com outra maturidade agora.
2. Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?
Sim, curiosamente um do Jorge Amado, um autor tão fácil e consensual. Foi o “Capitães da Areia”. Talvez por revelar um lado muito particular da realidade brasileira e de usar demasiados “termos técnicos”, tornou-se complicado manter a motivação.
3. Se escolhesses um livro para ler no resto da tua vida, qual seria?
“O Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder. Porque com uma simplicidade fantástica, fala de tudo o que é importante falar e questiona tudo o que importa questionar.
4. Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?
Dois livros: “Cemitério de Pianos”, do José Luís Peixoto e “O Elefante Evapora se” de Haruki Murakami… Mas é uma questão de tempo!
5. Que livro leste cuja “cena final” jamais conseguiste esquecer?
“O Perfume” de Patrick Suskind… Só lendo é que se percebe porquê! É um livro que me despertou sensações bastante fortes ao longo da sua leitura, chegando mesmo a fazer-me sentir cheiros, e o seu final, como não podia deixar de ser, provocou um efeito inesquecível.
6. Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?
Tinha. Era uma devoradora de livros, muito mais do que sou agora, infelizmente. Li muita coisa e de muitos autores, mas os que mais me marcaram foram Alice Vieira, Enid Blyton (Os Cinco… Li a colecção toda!), Maria Teresa Gonzalez e Jostein Gaarder.
7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?
“Bases Neurológicas do Comportamento”, de Michel Habib… Acho que a quem me conhece não é preciso explicar porquê! Para quem não me conhece: li até ao fim porque era necessário para uma cadeira da faculdade e foi a maior seca da minha vida porque, embora tenha estudado psicologia, as áreas da psicofisiologia e da neuropsicologia são as que menos me dizem.Acrescento aqui, ainda, “Os Cus de Judas” de António Lobo Antunes. Achei uma grandessíssima seca, mas acabei por ler até ao fim num esforço por gostar do autor, cujas crónicas até me agradam moderadamente.
8. Indica alguns dos teus livros preferidos.
“O Enigma e o Espelho” e “O Mundo de Sofia” ambos de Jostein Gaarder, “A Insustentável Leveza do Ser” de Milan Kundera, “O Livro” de José Luís Peixoto, “O Homem que Confundiu a Mulher com um Chapéu” de Oliver Sacks e “As Terças com Morrie” de Mitch Albom.
9. Que livro estás a ler?
“The Time Paradox: The New Psychology of Time”, de Philip Zimbardo e John Boyd. (E estou prestes a começar “As Intermitências da Morte” de José Saramago!)
10. Indica dez amigos para responderem a este inquérito.
Em vez de indicar dez amigos, prefiro deixar aqui o desafio a quem quiser responder, que o faça… (Se bem que a outra melga aqui do blog tem a obrigação de responder!) Deixem as vossas respostas na caixa de comentários, ou se o fizerem noutro sítio, deixem pelo menos o link por aqui… Isto é engraçado e até nos faz reviver algumas leituras e momentos! Obrigada ali ao vizinho que fez a sugestão! ;)
3 comentários:
I – LIVRO A RELER:
Geralmente nao gosto de ler livros mais do que uma vez, mas ha (certos) livros de (certos) autores que tenho sempre perto e gosto de reler partes sempre que sinto necessidade: Gary Zukav/Pema Chodron/Dalai Lama/Eckhart Tolle/Deepak Chopra/Gerald Jampolsky, para alem de alguns livros de poesia.
II – LER/RELER/PARAR/RECOMECAR/DESISTIR ?
Nao. Mas andei la perto.
Uma amiga de Coimbra mandou-me O Memorial do Convento (J.Saramago) uma vez pelos anos; na altura, ja nao lia nada em portugues ha mais de 20 anos e no principio custou-me muito. Tive que ler varias passagens varias vezes, tive que por uma regua debaixo de cada linha, punha o livro de lado enquanto comecava e acabava outros mas o certo e que, qto. mais lia mais gostava do que estava a ler e qdo. cheguei ao fim ja nem da regua precisava.
Comecei a ler, parei, recomecei, tentei e tentei…mas a teimosia foi tanta que cheguei ate ao fim . E adorei.
IV – LIVROS QUE GOSTAVA DE LER MAS QUE AINDA NAO LI:
Tenho pena de nao conhecer melhor os nossos escritores; como sai de Portugal sem terminar o liceu, nao tive oportunidade de estudar os classicos da literatura portuguesa: Eca, Julio Diniz, Camoes, Torga, Camilo, Garrett, etc.etc.etc.
Dos actuais so li Equador de Miguel Sousa Tavares (gracas a uma prima que veio ca fazer-nos uma visita) e de Saramago so li 3: Memorial do Convento (o unico que li em portugues) Blindness e All the Names. Acho que a obra de Saramago nao traduz bem para ingles, razao pela qual nao quero ler mais ate ter oportunidade de os ler em portugues.
Um dia que va a Portugal hei-de gastar uma pequena fortuna em livros e excesso de bagagem…
V – CENAS INESQUECIVEIS:
Nineteen Minutes (Jodi Picoult) e The Chamber (John Grisham) porque as injusticas sociais marcam-me mto. e porque, por mto. que queira, nao as consigo deitar para tras das costas. E porque abordam 2 problemas correntes na sociedade americana: a violencia nas escolas (bullying e school shootings) e a pena de morte.
Things Fall Apart (Chinua Achebe). Porque tem a ver c/a resilencia de espirito, c/a capacidade do ser humano de superar adversidades e mudancas, e c/a sua capacidade de adaptacao.
VI - LEITURAS PREFERIDAS EM CRIANCA:
Em crianca nao lia tanto como gostaria, diziam-me que os livros eram caros e que so podiam ser comprados em ocasioes “especiais”: anos, Natal e 1 livro nas ferias de verao “se as notas forem boas…”
Mas lembro-me que adorava os livros da Anita, as aventuras dos Cinco e a coleccao das Meninas do Andar de Cima (de uma escritora portuguesa mas o nome agora escapa-me – ja la vao 4 decadas…Ouch!) e as peripecias das gemeas O’Sullivan (que jogavam lacrosse num colegio ingles e, se a memoria nao me falha, eram fruto da imaginacao de Enid Blyton – tal como Os Cinco).
Acho que acabei por ler a coleccao toda, gracas as ditas “ocasioes especiais” e a vizinha do lado que era da m/idade, filha unica e tinha tudo.
VII – LIVROS “CHATOS”:
Nunca achei 1 livro “chato” do principio ao fim, acabo sempre por encontrar qualquer coisa que, mais tarde ou mais cedo, me desperta interesse; porem, tive que tirar 3 cadeiras de Direito na faculdade e esses calhamacos tecnicos, entao, andaram la perto. Sao poucas as areas que nao me interessam, mas Direito/Law e uma delas - uma verdadeira seca!
(nao foi tanto a “lenga-lenga” que achei enfadonha, mas lembro-me de perder varias vezes a paciencia c/as excepcoes a regra e as excepcoes as excepcoes. Uma coisa, porem, e certa, fiquei a compreender pq. e que a grande maioria dos politicos deste pais sao advogados…)
VIII – LIVROS PREFERIDOS:
Hoje em dia, quando nao estou a ler livros/artigos sobre gestao ou finance leio, sobretudo, livros dos autores que mencionei em resposta a 1a pergunta, mais: Isabel Allende; David Baldacci; John Grisham; Robin Cook e Toni Morrison. Tambem gosto de ler poesia.
Os meus temas favoritos de leitura “leve” sao os romances historicos (tipo Isabel Allende e Memorial do Convento) medicos (tipo Robin Cook) e intriga (tipo David Baldacci e John Grisham). Gosto de livros que tratam de assuntos serios c/humor e ironia e devoro tudo quanto e de antropologia fisica e forense.
Livros que me marcaram (em diferentes etapas da m/vida e por diversas razoes):
Last Train to Alcatraz (Leon “Whitey” Thompson); The Little Book of Letting Go (Hugh Prather); The Four Agreements (Don Miguel Ruiz); Paula e Ines of My Soul (ambos de Isabel Allende); As Vinhas da Ira (de John Steinbeck, e que li quando era mto. nova, ainda em Portugal); The Chamber (John Grisham); Nineteen Minutes (Jodi Picoult); Things Fall Apart (Chinua Achebe); Tuesdays w/Morrie (de Mitch Albom, e que tenho oferecido as m/sobrinhas todas, c/instrucoes para o relerem de 10 em 10 anos); Love is Letting Go of Fear (de Gerald G. Jampolsky, MD foi-me oferecido quando tinha 28 anos, e 1 livrinho que se le num instante e abriu-me os olhos a muita coisa).
IX – LIVRO QUE ESTOU A LER:
Comecei hoje a ler “Thorny Issues: how ethics and morality affect the way we live.” Os proximos serao: “Violence – Our Fastest Growing Public Health Problem” e “Goodbye to Bedlam: understanding mental illness and retardation.”
Todos 3 de John Langone, falecido ha pouco tempo e que, por sinal, foi da familia. Ainda esta semana recebi uma caixa com 9 livros dele, de modo que o John vai-me fazer companhia durante uns tempos.
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Alice – achei este questionario e desafio interessante; tao interessante, de facto, that I got a little carried away – sorry about that!:-)
Miguel – gostava de ler o teu “input”
TN
1. Nunca li um livro duas vezes - talvez o faça um dia com o Livro do Desassossego de Bernardo Soares. Lê-se como se comem cerejas, uma a uma, lentamente, por acaso.
2. Aconteceu com a Biblia. Não passei do Antigo Testamento e dizem-me que perdi o melhor... Um dia continuarei! Também aconteceu com vários livros de Economia que fechei após algumas páginas... quase em protesto. Foi o caso de um livro sobre integração europeia de que não me lembro o título de um certo Anibal Cavaco Silva... E, claro, os últimos livros de Lobo Antunes (juro que me esforcei - uma pena). "O Jogo do Mundo" de Julio Cortázar.
3. "Para Além do Bem e do Mal" de Nietzsche, infelizmente. "Cartas a Sandra" de Vergilio Ferreira, infelizmente. Vários de Leonardo Sciascia como por exemplo "A ciascuno il suo" ou "Il giorno della civetta".
4. "Memorial do Convento" de Saramago, "O Corão", "A Riqueza das Nações" de Adam Smith, etc, etc.
5. "Ensaio sobre a Cegueira" de Saramago, "Seta" de Alessandro Baricco.
6. Julio Verne (adorei "Viagem ao Centro da Terra"), vários de Tarzan de Edgar Rice Borrough, Tintin (claro), quilos e quilos de livros de cowboys (tipo Buffalo Bill e Colt) e de Major Alvega e de coisas parecidas como Mortimer, etc. etc. A entrar na adolescência li coisas como o "Manifesto Comunista", "Radicalismo Pequeno Burguês de Fachada Socialista" de Álvaro Cunhal e várias vulgatas de Mao Tsé Tung e quejandos.
7. Vários livros de estudo (pour cause...), vários livros em espanhol de Francisco de Quevedo, Garcia Marquez, Vargas Llosa. Porque quero aprender a lingua lendo-a... e nem sempre percebo tudo mas esforço-me...
8. "O Processo" de Kafka, "O Novo Estado Industrial" de J. K. Galbraith, "Pop-internationalism" de Paul Krugman, "Para Além do Bem e do Mal" e "Anti-Cristo" de Nietzsche, "Seta" de Alessandro Baricco, "Imperio" de Antonio Negri e Michael Hardt, "Ensaio sobre a Cegueira" de Saramago, "Livro do Desassossego" de Bernardo Soares, "A Selva" de Ferreira de Castro", "O amante" de Marguerite Duras, "A Idade da Razão" de Sartre, etc. etc.
9. "O Perfume" de Sünskind e "Anatra all'arancia meccanica" de diversos autores.
10. Concordo com a Melga do lado :-)
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