As férias tem qualquer coisa de fictício para quem se afoga no trabalho. São, ao mesmo tempo, desejadas e temidas, necessárias e perniciosas. É pena ter medo das férias, chatear-se durante as férias, desejar que acabem depressa, mesmo antes de começarem. Essa atitude configura uma doença, incapacidade para percorrer várias dimensões da vida, para permitir uma pausa no meio de um cansaço endémico, tornado indispensável à sobrevivência. Imagino que seja por estas e por outras que muitas pessoas não resistam a um estado mais permanente de repouso quando se reformam e tropecem inesperadamente na morte.
Tudo isto serve apenas para ilustrar que no meio está a virtude, que as pessoas não se devem alienar com uma única versão da existência, que não se podem meter todos os ovos debaixo da mesma galinha, que a vida deve ter várias cores e interesses.
Olha quem fala... Que bom manter alguma vontade de rir (ou chorar...) de si próprio!
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